quarta-feira, 17 de novembro de 2010

FALÁCIAS PRESIDENCIÁVEIS 2010


Falácia é um argumento falho, incoerente, inconsistente ou, até mesmo inválido, incapaz de sustentar-se em sua veracidade. Os argumentos falaciosos, em suas circunstâncias, apresentam caráter emocional, psicológico, íntimo ou agressivo.  Parte desses argumentos falhos foram usados pelos principais candidatos à presidência da República nas eleições 2010, em comícios, debates ou entrevistas.
Em entrevista ao Jornal Nacional, a candidata à presidência pelo PT, Dilma Rousseff, quando perguntada pelo apresentador William Bonner se estava preparada para assumir o cargo público mais importante do país, respondeu ela:
 “(...) eu considero que eu tenho experiência administrativa suficiente. Eu fui secretária municipal da Fazenda, aliás, a primeira secretária municipal da Fazenda de capital. Depois eu fui sucessivamente, por duas vezes, secretária de Energia do Rio Grande do Sul. Assumi o ministério de Minas e Energia, também fui à primeira mulher, e fui coordenadora do governo ao assumir a chefia da Casa Civil, que, como vocês sabem, é o segundo cargo mais importante na hierarquia do governo federal. Então, eu me considero preparada para governar o país. (...)”
            No entanto, parece que a candidata Dilma usa falácia em sua resposta, apela à autoridade (Argumentum ad Verecundiam), pois, não é porque foi secretária da Fazenda, ministra de Minas e Energia ou ministra chefe da Casa Civil que está de fato preparada para assumir a presidência, aliás, essa experiência só pode ser adquirida quando for realmente exercida e não por aquilo que foi no passado.
Na candidatura do tucano José Serra (PSDB), houve também uso desses mesmos argumentos falhos. Uma das propagandas do candidato mostrava que este já tinha sido deputado federal, senador, prefeito, governador e ministro da saúde, por isso deveria estar à frente de quaisquer candidatos e, seria ele o mais preparado para governar o país durante os próximos quatro anos. A propaganda de Serra apresenta um apelo à autoridade, títulos conseguidos no passado não definem presidente nenhum. Em outra propaganda a favor do mesmo candidato, que vinculava nas emissoras de televisão, apontava personalidades políticas que ao longo da história envolveram-se com algum escândalo, como o ex-presidente da República Fernando Collor de Melo, José Sarney, Zé Dirceu e Renan Calheiros, apoiando a candidata do PT, Dilma. Essa propaganda colocava à candidata da oposição um caráter duvidoso e uma má índole. Percebe-se, então, a presença das falácias: Acidente, “se alguns políticos que apoiam Dilma roubaram, logo ela irá roubar também”; Falácia do homem de palha, “se Dilma ganhar, todos esses políticos ladrões afastados, irão voltar”; e por fim a Argumentum ad hominem, diferente das outras, essa falácia não está subentendida, está esplícita, em vez do PSDB contestar as ideias da candidata da oposição, ataca a índole, caráter e honestidade da candidata.
 A candidata presidenciável pelo PV, Marina Silva, em entrevista ao Jornal Nacional, proferiu algumas falácias para convencer o eleitor. Marina falou:
 “(...) chamando a atenção da sociedade brasileira para a relevância das coisas que a gente está vivendo hoje, e eu sempre penso da seguinte forma: até 2014, qual será a temperatura da Terra? Até 2014, quantas crianças ainda continuarão sem ter a chance de chegar sequer à oitava série? Até 2014, quantas pessoas serão soterradas pelas enchentes por falta de cuidado? E, até 2014, quantos produtos nós não perderemos em função da falta de infraestrutura? Quantas oportunidades nós não perderemos em função da falta de educação de qualidade? (...).”
            Fugindo da questão abordada pela entrevistadora Fátima Bernardes, Marina, argumenta apelando à pena do eleitor (Argumentum ad populum) para os problemas existentes no Brasil.
             A candidata completa:
 “(...) A minha candidatura é para agora, porque o Brasil não pode esperar. Todas essas questões que eu coloquei agora para você, Fátima, elas são uma emergência, uma emergência para o cidadão que fica na fila esperando horas e horas para poder fazer um exame, uma emergência para a mãe que quer ter dias melhores para o seu filho porque ela já não agüenta mais a vida dura que tem, e uma emergência para o Brasil, que tem imensas oportunidades de se desenvolver com justiça social, de melhorar a vida das pessoas.”
Muitas outras falácias podem ser identificadas nos discursos desses e de outros candidatosno decorrer da história. Acompanhe nos vídeos algumas falácias cometidas por outros candidatos.

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